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06/09/2024

Unindo famílias e escolas para cultivar o amor pela leitura desde cedo, com Isis Fernandes

Hoje, no nosso Papo Cabeça, tivemos a oportunidade de conversar com a coordenadora pedagógica Isis Fernandes, mãe de quatro filhos e uma profissional dedicada que está há 24 anos no Colégio Agostiniano Nossa Senhora de Fátima. Com uma trajetória inspiradora, Isis já atuou em diversas áreas da educação, desde auxiliar de sala da Educação Infantil até professora de História para o Ensino Fundamental. Formada em História e Pedagogia, ela desempenha o papel de coordenadora pedagógica desde 2016, sempre com uma visão apaixonada sobre o impacto da educação no desenvolvimento dos alunos. Ao longo desta entrevista, ela compartilhou suas percepções sobre o incentivo à leitura e a importância da participação das famílias nesse processo.

 

Quais iniciativas você, como coordenadora, tem implementado para promover a leitura entre crianças e adolescentes, especialmente em um contexto onde o vício em telas está se tornando predominante?

O que nós temos feito aqui no Colégio Agostiniano para promover a leitura? Eu falo especialmente sobre minha área, que é o Ensino Fundamental. Nós temos as professoras regentes, até o quarto ano, que promovem o trabalho com o livro literário escolhido para o período. Além disso, temos uma frequência de idas à biblioteca, para que as crianças possam fazer os empréstimos dos livros, levá-los para casa e lerem sozinhas ou com as famílias. No quinto ano, não temos a professora regente, mas temos a professora de língua portuguesa que realiza essa atividade.

Além do trabalho das regentes e da professora de língua portuguesa, especificamente no quinto ano, temos as professoras de literatura, que não se limitam a trabalhar com o livro literário escolhido para o período. Elas vão além, trazendo outros gêneros. E vemos que isso tem surtido efeito.

Por exemplo, quando uma família entra em contato para perguntar sobre o livro que a professora de literatura trabalhou, porque o filho está em casa entusiasmado querendo que a família adquira o livro para continuar a leitura. Então, quando pensamos em um contexto em que as crianças estão tão envolvidas com telas, ter crianças que se interessam por leitura e por gêneros literários diversificados é motivo de muita alegria para nós. Vamos percebendo, "poxa vida, aquilo em que acreditamos está dando certo". Claro que é um trabalho contínuo, um dia de cada vez, com uma criança interessando-se e contagiando as outras.

As professoras convidam as crianças a irem à frente para contar o que estão lendo. Isso nos dá a sensação de que aquilo em que acreditamos e pelo que temos lutado tanto está dando resultado.

 

Como a escola pode envolver a comunidade escolar e as famílias na promoção da leitura?

Eu costumo dizer, às vezes, à família, quando ela vem pedindo nossa ajuda: "Meu filho não quer ler, eu preciso da ajuda de vocês." Então, fazemos esse movimento que já comentei anteriormente. As professoras incentivam, através do empréstimo de livros, e da socialização do que eles estão lendo em casa, para compartilhar com os colegas.

Convidamos também, em algumas ocasiões, a família para ler junto o que os filhos estão lendo. Buscamos estratégias para envolver toda a comunidade na promoção da leitura. Por exemplo, quando sabemos de um lançamento de livro, procuramos divulgar e trazer autores para a escola.

Às vezes, recebemos visitas de autores para conversar com nossos alunos. São formas que encontramos aqui para promover a leitura.

 

De que maneira a conexão emocional com as histórias pode influenciar o prazer de ler das crianças?

Quando penso em como a conexão emocional com as histórias pode influenciar o prazer de ler das crianças, temos uma professora aqui que é uma encantadora de histórias. Acredito que muitos de vocês já conhecem a professora Soninha Menezes. Ela trabalha muito essa questão emocional com as crianças, mostrando como as histórias despertam sentimentos e emoções.

Ela traz muitas histórias que lia quando era criança. Às vezes, ouvimos uma ou outra criança dizendo: "Ah, minha mãe também gostava dessa história, meu pai, minha avó, meu avô." Acredito que as histórias nos marcam.

Em algum momento, alguém leu um livro ou ouviu uma história que marcou de alguma forma. Mas só temos essa experiência à medida que lemos ou ouvimos histórias.

 

Qual o papel do ambiente familiar no desenvolvimento do hábito de leitura?

Eu até comentei isso anteriormente. O papel da família é tão importante nesse contexto de formação de leitores. Quando a família vem pedindo ajuda, dizendo "meu filho não quer ler", eu costumo perguntar: como é o hábito de leitura da família? Porque se em casa os pais não têm o hábito da leitura, como vamos cobrar isso dos filhos? Falo disso também como mãe. Como podemos cobrar leitura dos filhos, se eles não veem os pais lendo?

É interessante, e já faço algumas experiências na minha casa, com os meus filhos. Eu digo para eles, principalmente no período de férias: "Vamos ler um livro que não tenha necessariamente relação com a escola." Então, eu pego um livro e leio, e cada um deles faz o mesmo.

Tenho uma bebê de um ano e dez meses e, quando ela vê a gente lendo, quer pegar o livro também. Eu falo: "Agora, cada um lê um pedaço do seu livro em voz alta, para os outros saberem o que estamos lendo." Dessa forma, vamos incentivando a leitura. Os pais são exemplo, e eu diria que eles são o primeiro exemplo. A escola tem muito a contribuir, com certeza, mas os pais, sendo exemplo e espelho, têm muito também a contribuir.

A leitura é um hábito. Quanto mais lemos, mais tomamos gosto, mais vamos criando o hábito, e daqui a pouco não conseguimos ficar sem ler.

 

A conversa com a coordenadora Isis Fernandes nos trouxe insights valiosos sobre a formação de leitores e o papel fundamental da família no desenvolvimento do hábito de leitura. Com sua vasta experiência e dedicação ao longo de mais de duas décadas no Colégio Agostiniano, Isis reforça a ideia de que a educação vai muito além dos livros e das salas de aula – ela é uma construção conjunta, onde escola e família caminham lado a lado. A paixão de Isis pela educação e seu compromisso com o crescimento integral dos alunos são um exemplo de como é possível transformar vidas por meio do aprendizado.

 

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